Convencionou-se conciliar o carnaval ao álcool, como se os dois fossem
inseparáveis. O resultado desta “parceria” é assistirmos a algumas cenas
lamentáveis, invariavelmente motivadas pela embriaguês, fatos que nos convidam
à reflexão.
SUA MAJESTADE, O ÁLCOOL
Você me conhece?
Sou o príncipe das alegrias, o
companheiro dos gozos mundanos, o portador das desgraças e o mensageiro da
morte.
Estou presente em todas as partes, em
todas as cerimônias. Nenhuma reunião festiva tem lugar sem a minha presença.
Suscito nos corações pensamentos
abjetos e criminosos. Induzo homens e mulheres à imoralidade. Produzo
adultérios.
Sou pai da corrupção e da desgraça.
Provoco degeneração na raça humana. Introduzo a infelicidade nos lares.
Por toda a parte espalho
envelhecimento, depravação, loucura, crimes e suicídios.
Destruo famílias, sociedades e nações.
Ocasiono contendas e provoco homicídios.
Gero enfermidades. Faço nascerem
crianças raquíticas, deficientes, etc.
Aos jovens e aos velhos faço perder a
vergonha, a dignidade, a honra, a educação e a religião.
Também lhes obscureço o entendimento,
fazendo passar delitos e crimes por satisfação inocente, baixezas por
passatempo, imoralidades por entretenimento.
Consegui perverter de tal maneira a
inteligência dos homens que eles estragam a uva, a maça, cereais,
cana-de-açúcar, etc., para me fabricarem, convertendo assim bênçãos em
maldições.
Minha pátria é a terra, meus escravos
são os homens. Sou o melhor fornecedor de vítimas aos hospitais, aos hospícios,
aos asilos e presídios. O causador número um de acidentes.
Sou sua Majestade, o Álcool.